O Paraná é o estado com o maior número de propriedades que cultivam orgânicos certificadas do Brasil. São 2.402 propriedades, de acordo com o cadastro nacional de produtores orgânicos do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Em segundo lugar está o Rio Grande do Sul, com 2.362 unidades, e São Paulo, com 2.147.No Brasil são 16.249 certificadas. O cadastro abrange as propriedades com produção vegetal e animal certificadas conforme regulamentação determinada pelo Ministério. O programa Paraná Mais Orgânico, do Governo do Estado, inédito no Brasil, é uma das iniciativas que mais contribuíram para essa conquista paranaense.


É o caso do produtor de orgânicos, Mario Seichi, 65 anos, que está entre os mais de 700 produtores certificados e assistidos pelo Programa Paraná Mais Orgânico, do Governo do Estado. Por este programa, que é uma iniciativa inédita no Brasil, os produtores recebem toda a orientação técnica e apoio do Centro Paranaense de Agroecologia do Paraná (CPRA). Muitos deles, obtêm a certificação, que é emitida pelo Instituto de Tecnologia do do Paraná (Tecpar).


Apoio ao pequeno
A zootecnista e extensionista do Centro Paranaense de Agroecologia do Paraná, Catia Hermes, explica que o CPRA atende a todos os produtores que querem atuar com orgânicos e os que já estão neste segmento e querem se aprimorar. Esse trabalho, segundo ela, foi determinante para que o Paraná conquistasse a posição de estado com maior número de propriedades certificadas. “Prestamos extensão rural, apoio técnico no cumprimento da legislação, adequação das propriedades e práticas de manejo”.
O Programa envolve a Secretaria Estadual da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, por meio das universidades estaduais; o CPRA, que é vinculado à Secretaria da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, por meio das universidades estaduais; o CPRA, que é vinculado à Secretaria da Agricultura e do Abastecimento, e o Tecpar, que é o órgão certificador. São oito núcleos de apoio aos produtores em todo o Estado. A cada dois anos o projeto é renovado, em julho, houve nova atualização.
De acordo com a zootecnista, além da assistência técnica, é organizado pelo CPRA eventos, palestras, dia de campo e oficinas. Ela destaca a importância desse atendimento ao pequeno agricultor, que na maioria das vezes é esquecido e depende dessa renda para o sustento familiar.
“O agricultor familiar produz em pequeno espaço e tem que gerar renda. Ele busca a agricultura orgânica não só pela saúde, mas também, como uma oportunidade de melhorar a qualidade de vida, inclusive, no aspecto financeiro. Nesse sistema, o agricultor trabalha o mesmo tanto, mas consegue agregar valor em seu produto ”, afirma Catia.
Sistema agroecológico
A agricultura orgânica está por trás de um sistema de agroecologia. Trata-se de uma ciência, um movimento social e também de práticas sustentáveis. Ela possui dimensões tecnológicas, sociais, políticas e econômicas. Além de não usar venenos, realiza o manejo sustentável, valoriza as sementes tradicionais e cultiva alimentos em harmonia com a natureza e a cultura local. Não é só uma prática sem o uso de agrotóxicos. “Nesse sistema a gente vê se a nascente está protegida, se existe barreira vegetal que proteja a propriedade de contaminação externa, qual é a água que está sendo usada para lavar a a hortaliça. Além de olhar para qualidade de vida do agricultor e as formas de contratação”, explica Catia.
De acordo com a Organização das Nações Unidas (ONU), a agricultura familiar produz cerca de 80% dos alimentos consumidos e preserva 75% dos recursos agrícolas do planeta. Além disso, a produção agroecológica está diretamente conectada aos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS). Dos 17 objetivos listados como prioritários pela ONU, pelo menos 12 deles estão ligados às práticas agroecológicas.
Fonte Jornal Diario dos Campos
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